
"Um Pulp que pensa que é Spillane" Mario Bortolotto
Assim o próprio autor definiu seu livro "Mamãe não voltou do supermercado", na última Balada Literária, ocasião do seu re-lançamento.
Quem somos nós para contestar?
"Mamãe..." é pulp, no seu melhor sentido. Livro com preço bem em conta, com uma história absurda, entretenimento rápido e extremamente divertido.
A história é narrada, em primeira pessoa, por Caio. Um pequeno marginal sem muitas aspirações, que cometia um delito aqui, outro ali. Nada demais. Aí um belo dia executam no supermercado a mãe do cara, uma senhora simples e que "nunca fez mal a ninguém". Intrigado, começa a perguntar. Sua rede de relacionamentos: travestis, prostitutas, traficantes e outras figuras urbanas. O ritmo é acelerado. Londrina, Ourinhos, Foz do Iguaçu e São Paulo.
As mortes começam a ocorrer em sequência, no mesmo ritmo das transas. Imaginação a mil, regada com alguns requintes de crueldade.
A violência, a postura machista e a vingança com as próprias mãos, nos fazem lembrar das histórias de Mike Hammer, o detetive de Mickey Spillane.
Pra terminar, um final chocante - engraçado e trágico. Bortolotto leva jeito pros policiais. Esperaremos o próximo.
Abraços criminais,
Notas do livreiro:
Mario Bortolotto é dramaturgo e autor do blog Atire no Dramaturgo. O título é uma homenagem ao livro Atire no Pianista, de David Goodis, levado ao cinema por Truffaut. Alías, o autor (Goodis) é citado no livro, em um momento chave da trama.
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