quarta-feira, outubro 25, 2006

30ª Mostra Internacional de Cinema



A versão número 30 da Mostra de Cinema de São Paulo. Taí um evento que não se pode perder. São poucas sessões de cada filme. E alguns com horários pra lá de malucos para a maioria dos mortais. Mesmo assim, vale a pena o esforço.
A variedade e a quantidade dos filmes são gigantescas. Fizemos uma pequena seleção de alguns filmes que parecem ser interessantes e que d algum modo se relacionam com a literatura de crime e mistério.

A Cobradora de Apostas (2006)

Bandidos de Milão (1968)

Dia Noite, Dia Noite (2006)

El Cobrador (2006)

Este Crime Chamado Justiça (1971)

Hiena (2006)

Histórias Tenebrosas (1919)

Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita (1970)

Komma (2006)

Las Vueltas del Citrillo (2005)

Luzes na Escuridão (2006)

O 10º Homem (2006)

O Brinquedo Proibido (1979)

O Grande Truque (2006)

Os Infiltrados (2006)

Réquiem para Billy the Kid (2006)

Taxidermia (2006)

Tenebrae (2005)

Violência em Família (2006)

Abraços Criminais

sexta-feira, outubro 20, 2006

quarta-feira, outubro 18, 2006

O Mercador de Café



David Liss tem se especializado em suspenses históricos, abordando muito bem temas relacionados às finanças e à economia. Depois do ótimo “Conspiração de Papel”, onde o ex-boxeador Benjamin Weaver se envolve em uma trama com títulos de uma empresa inglesa, neste “O Mercador de Café” o cenário é a Holanda do século XVII, com as tensões se passando na bolsa de valores, em meio a títulos futuros e opções de compra e venda de mercadorias.

O leitor é “literalmente” transportado para a Amsterdã de 1659:

“Os sinos de Nieuwe Kerk badalavam duas vezes, indicando o fim das movimentações na bolsa de valores. Centenas de corretores saíam para a Dam, a grande praça no centro de Amsterdã. Espalhavam-se pelos becos, ruas e margens do canal. Ao longo da Warmoesstraat, caminho mais rápido para as tavernas mais populares, os vendedores ficavam do lado de fora das lojas envergando chapéus de abas largas para protegê-los das emanações do Zuiderzee. Expunham sacos de especiarias, rolos de linho, barris de tabaco. Alfaiates, sapateiros e chapeleiros convidam os clientes a entrarem nas oficinas enquanto vendedores de livros, canetas e quinquilharias exóticas anunciavam suas mercadorias.”

“A Warmoesstratt tornava-se uma enxurrada de chapéus e roupas negras, maculada apenas pelos colarinhos, mangas e meias brancas, ou pelo brilho das fivelas de prata dos sapatos. Os negociantes vendiam bens do Oriente e do Novo Mundo, vindos de lugares a respeito dos quais ninguém ouvira falar cem anos antes. Excitados como escolares liberados da sala de aula, os comerciantes falavam de seus negócios em uma dúzia de idiomas diferentes. Riam, gritavam, apontavam e agarravam qualquer coisa jovem e feminina que cruzasse seu caminho. Sacavam as suas bolsas e devoravam as mercadorias dos lojistas, deixando apenas moedas à sua passagem.”

O livro tem como carro chefe as artimanhas e negociatas de comerciantes judeus buscando a fortuna rápida nos mercados de valores. O protagonista principal, o judeu-português Miguel Lienzo, tenta a todo o custo salvar sua reputação de grande negociador e enriquecer com um produto até então desconhecido da população européia: o café. Suas armações para controlar o mercado do produto esbarram nos interesses de poderosos grupos, muitos deles representados pela classe dirigente da comunidade judaica recém chegada à Amsterdã.

Neste jogo, traições, trapaças, ameaças, vinganças e mentiras são as peças a serem movimentadas por personagens interessantíssimos como Alonzo Alferonda, Solomon Parido e Geertruid. Vale a pena conferir.

Curiosidade: Ao longo da obra, Miguel Lienzo se distrái com as revistas do ladrão “Pieter, o galante”. Não sabemos se o personagem realmente existiu ou se é uma homenagem a outros ladrões da literatura, como Arsene Lupin, de Maurice Leblanc. Se souberem de alguma pista...

Abraços Criminais

sábado, outubro 14, 2006

Balada Literária

Para o próximo final de semana, um conselho: Desmarquem seus compromissos, deixem comida pro cachorro, levem as crianças para dormir nos avós, dispensem as secretárias (a secretária eletrônica não precisa) e preparem-se para a Balada Literária!.


"Escritores e músicos. Fotógrafos e atores. Cantores e ilustradores. Espectadores e leitores, enfim. Todos dentro de uma mesma balada. De 19 a 22 de outubro. Quase uma centena de artistas reunidos em lançamentos, bate-papos, performances, exposição e shows."

O ideal será curtir toda a festa, mas para os que não puderam fazer de tudo, deixem pelo menos o sábado, dia 21, livre na agenda.

De manhã, às 10 hs, na Livraria da Vila (Vila Madalena), a Mesa Número 4 terá entre seus debatedores o autor Flávio Moreira da Costa, um dos maiores especialistas em literatura policial no Brasil. Autor de vários livros policiais e organizador de preciosas antologias sobre o tema.

À noite, a partir das 20 hs, na Praça Roosevelt, ocorrerão os lançamentos de vários livros, entre eles destaque para "Mamãe não voltou do supermercado", livro policial do paranaense radicado em São Paulo, Mário Bortolotto.

Na mesma noite se dará o lançamento da edição número 3 do jornal literário carioca Bagatelas!, com uma seção dedicada exclusivamente aos contos policiais.

Não dá pra perder. A gente se vê por lá.

Abraços criminais,

quinta-feira, outubro 12, 2006

Souvenir Iraquiano



Souvenir Iraquiano, de Robinson dos Santos (Editora Cultura em Movimento, 2005) é um título raro no mercado editorial brasileiro. É um livro de espionagem, escrito por um brasileiro e com personagens brasileiros.

Os livros de espionagem tiveram um boom comercial, principalmente após a 2ª Guerra Mundial e durante a Guerra Fria. Autores como Graham Greene, John Le Carré, Frederick Forsyth, Ian Fleming e Eric Ambler trouxeram ao público elementos até então obscuros e desconhecidos, como os bastidores das principais agências de espionagem, o dia-a-dia dos espiões e as estratégias dos estados.

A princípio espelhavam um maniqueísmo explicito, alheio a realidade, mas repletos de ação e suspense. Ao longo do tempo vão evoluindo e os personagens começam a não ser mais facilmente identificados por bons ou maus, mas sim por seus momentos bons e maus.

E é esse espírito que se mostra bastante presente na obra de Robinson dos Santos. A trama é conduzida por três personagens centrais, todos com o mesmo objetivo – roubar relíquias arqueológicas no Iraque pré Guerra do Golfo. Os motivos é que os diferenciam.

Luciano, um brasileiro desesperado para pagar as dívidas de um golpe mal sucedido e com crescentes despesas hospitalares de sua filha com leucemia, pensa ter tido a idéia genial que o tiraria do buraco.

O General iraquiano Fahed não agüenta mais defender as forças armadas de um país que já não é mais o seu. Quer dar uma vida mais digna e serena para sua família.

O espião americano da CIA, Wittmann quer simplesmente largar o emprego e viver sua vida sem nunca mais se preocupar com dinheiro.

Talvez uma usina nuclear desativada, no coração do Iraque, em meio a operação Tempestade no Deserto, onde as atenções estivessem todas voltadas à anunciada Guerra do Golfo, pudesse ser a solução.

Pelas ocupações percebe-se que não são pessoas preocupadas em fazer o bem, em construir uma sociedade melhor. E quem se preocupa com isso? O que há de errado em querer uma vida melhor para você e sua família? Nossa sociedade já há algum tempo parece ter abandonado qualquer outra ideologia que não seja a acumulação de riquezas.

É cada um por si e o Dinheiro contra todos. Nesta luta, o meio (a grana) é sempre o mesmo. Vale tudo para colocar a comida em casa, cuidar da saúde dos filhos ou mesmo comprar uma Ferrari nova. Será?

Souvenir Iraquiano mostra que as escolhas têm seus preços. Que sempre haverá pessoas dispostas a pagar por elas. E sempre haverá aquelas que demorarão muito para quitá-las definitivamente.

sábado, outubro 07, 2006

Cúmplices pelo Mundo

A Livraria do Crime é a única livraria especializada em literatura policial do Brasil e da América Latina.

Ok, mas não estamos sozinhos neste mundo. Nunca estamos sozinhos, em lugar nenhum. Se não tiver alguém com vc, certamente há alguém pensando em vc.

Então, em primeira mão, selecionamos algumas "Livrarias do Crime" espalhadas pelo globo. São sites que capricham no visual e no conteúdo. Grande oportunidade para os mais curiosos acompanharem as novidades que rolam por outras bandas.

Na Espanha, em Barcelona, encontramos a Negra Y Criminal. A livraria é ponto de encontro dos aficionados em novela negra a parada obrigatória dos principais autores europeus do gênero. Além disso eles capricham no visual do site.

Na Itália, os famosos Libri Gialli viraram verdadeira referência cultural. São dezenas e dezenas de coleções, filmes e séries de TV. Sucesso absoluto de público. E não poderiam faltar livrarias especializadas no tema. O site Libri Gialli, é um dos nossos favoritos.

Na França, de cada 5 livros vendidos, 1 é policial, ou polar, como eles os denominam por lá. Vejam o site da Black Zone e bom divertimento!

Na Alemanha, a Krimi-Couch. Para quem entende o alemão (o que não é o meu caso), boa pedida. Na lista dos Dez + Autores da livraria, sete deles você encontra também na Livraria do Crime.

Na Irlanda, um país envolto em tumultos e conflitos religiosos também tem espaço para a ficção. Descobrimos a No Alibs, em Belfast. O site não pode ser chamado de moderno, mas vale por seu conteúdo.

Na Inglaterra, terra de Agatha Christie, Murder One, de Londres.

Por último, os EUA, que dispensam comentários. Os caras são os que mais produzem e os que mais consomem literatura policial no mundo. Dentre as dezenas de livrarias do gênero, destaque para a Poisoned Pen e Murder By The Book.

Estas são as livrarias que estão na net. Existem centenas de outras espalhadas pelo mundo, mas que, por enquanto, funcionam somente com a loja física.

Se faltou alguma, não hesitem em nos informar.

Abraços Criminais.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Jorge da Capadócia

Jorge da Capadócia
Composição: Jorge Benjor

Jorge sentou praça
na cavalaria
E eu estou feliz porque eu também
sou da sua companhia

Eu estou vestido com as roupas
e as armas de Jorge.
Para que meus inimigos tenham mãos
e não me toquem.
Para que meus inimigos tenham pés
e não me alcancem.
Para que meus inimigos tenham olhos
e não me vejam.
E nem mesmo um pensamento eles possam ter
para me fazerem mal

Armas de fogo
meu corpo não alcançarão
Facas e espadas se quebrem
sem o meu corpo tocar.
Cordas e correntes arrebentem
sem o meu corpo amarrar.

Pois eu estou vestido com as roupas
e as armas de Jorge

Jorge é de Capadócia
Salve Jorge!
Salve Jorge!

Jorge é de Capadócia
Salve jorge!
Salve jorge!